A Eugostí surgiu como um jeito de unirmos mais nossa família, afinal, estar presente não é só estar no mesmo ambiente, e sim vivenciar cada detalhe daquele momento único, que com certeza o tempo, com sua destreza, nos dará e tirará no próximo segundo.

Minha história começa aqui. Me chamo Eduardo e, quando nossa filha nasceu em meio à pandemia, eu estava em constante movimento dentro da empresa em que trabalhava: reuniões, viagens, processos urgentes, prospecção e tantas outras coisas mais. Você tem fé? A maioria das pessoas tem, não é?! Seja cristãos ou de outras religiões, simplesmente acreditamos que existe um Deus que nos ajuda e nos guia neste incrível caminho que se chama vida.

Voltando à nossa história, em dezembro de 2020, nossa filha Ana Lis nasceu. Ela nasceu com 35 semanas, prematura, e sabíamos que haveria a possibilidade dela ir para a UTI NEO. Quando veio o nascimento, graças a Deus, tudo ocorreu bem. Ela estava bem e não precisaria ir para a UTI. Porém, depois de alguns longos minutos esperando minha esposa e minha filha subirem para o quarto, elas não apareceram. Corri para a sala de parto novamente e pedi a uma enfermeira que me ajudasse. Ela me disse que a bebê não estava muito bem, estava respirando com dificuldades e que estavam tentando um leito de UTI em outro hospital da cidade ou teríamos que ir para onde houvesse um leito. Felizmente, havia um leito disponível na nossa cidade e nossa pequena foi transferida para lá.

Me lembro de ser orientado a ir antes para o hospital e, enquanto aguardava na recepção, vi ela chegar com a ambulância. Olhando-a, ali sendo levada para dentro do hospital, eu estava em meio a um misto de sentimentos: medo, dor, desinformação. Era tanto desespero que eu estava até meio adormecido. As lágrimas se tornaram parceiras constantes naquele momento. Lembro-me de vê-la naquele bercinho de cristal sendo levada pelo corredor. O que mais me doía naquele momento era pensar que ela não tinha o colo de mãe para se sentir segura.

Minha esposa recebeu alta no dia seguinte e, com todo o esforço e força de uma guerreira, suportou a dor de uma cesariana na noite anterior para ir ver nossa pequena. Como estávamos em meio à pandemia, o acesso era bem restrito, mas aos poucos, a frequência e o tempo que minha esposa e eu podíamos ficar no hospital foram aumentando. Enfim, depois de mais de 10 dias, voltamos para casa.

Após três meses e meio de cuidados, às vezes "excessivos", nossa pequena pegou bronquiolite e, mais uma vez, voltou para a UTI. Mais uma vez, nosso mundo balançou. A dor e o desespero voltaram a ser companheiros nesses dias. Mas e a fé? Pois é, em um desses dias, eu havia deixado minha esposa no hospital para ficar com a nenê e voltei para casa. Me lembro de entrar na garagem e ficar dentro do carro. Ali, conversei com Deus, dizendo que eu seguiria o Seu propósito para a minha vida, que, se fosse para ser missionário ou cantar na igreja, o que fosse necessário, eu o faria, mas que Ele protegesse nossa filha. Depois de alguns momentos, entrei em casa e fui para a cozinha. Lá, fazendo minhas orações e falando com Deus, ouvi uma voz dentro da minha cabeça, como já havia ouvido uma ou duas vezes em momentos de extrema intimidade com Deus. Essa voz me dizia que meu ciclo dentro da empresa em que eu trabalhava havia terminado. Aquilo foi extremamente impactante para mim, no sentido de me dar muito medo, porque naquele momento meu trabalho representava estabilidade financeira e prosperidade. Depois do susto, acalmei meu coração e disse a Jesus que aceitava o Seu propósito, que iria procurar alguma outra coisa para fazer, mas que não iria pedir demissão, já que Ele estava falando, Ele que se virasse (rsrs).

Depois de alguns dias, nossa filha voltou para casa, recuperada. Eu fui pesquisando algumas coisas no YouTube, até que apareceu algo sobre uma máquina que trabalhava com madeira. Foi então que isso nos tocou e comecei a tentar fazer alguns objetos. Minha primeira peça foi um banquinho infantil, todo remendado (hehe), mas que depois fomos aprimorando. Após algumas primeiras vendas, comecei a receber comentários das pessoas dizendo como o filho ou a filha gostaram. Foi quando senti, naquele momento, a gratidão de fazer algo que estaria ali na casa das pessoas, trazendo alegria e bons sentimentos. E, dependendo do item, ele poderia atravessar gerações. Mesmo que o tempo trate uma última vez comigo, ainda estaremos presentes, decorando vidas e alegrando corações.